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Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2006 Sheree Henry-WhiteFeather

© 2016 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Um amor arriscado, n.º 799 - Maio 2016

Título original: Expecting Thunder’s Baby

Publicado originalmente por Silhouette® Books.

Publicado em português em 2008

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.

Esta edição foi publicadacom a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Harlequin Desejo e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.

As marcas em que aparece ® estãoregistadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises

Limited. Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-687-8364-2

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S. L.

Sumário

 

Página de título

Créditos

Sumário

Capítulo Um

Capítulo Dois

Capítulo Três

Capítulo Quatro

Capítulo Cinco

Capítulo Seis

Capítulo Sete

Capítulo Oito

Capítulo Nove

Capítulo Dez

Capítulo Onze

Capítulo Doze

Capítulo Treze

Se gostou deste livro…

Capítulo Um

 

Há vinte anos que Thunder Trueno não via a sua ex-mulher, Carrie Lipton. Depois de tanto tempo, o assunto já não deveria ter grande importância. Naquela altura, eram apenas uns jovens de dezoito anos cujo namoro tinha começado no secundário e que acabaram casados por causa de um bebé.

Um bebé que, no final de contas, não chegou a ser devido a um aborto espontâneo. O seu filho e o dela.

Franziu a testa no caminho ladrilhado que conduzia à porta de Carrie. Vivia num apartamento na mesma vila desértica onde tinha crescido. A terra do Arizona era ampla e vasta, salpicada aqui e ali por ranchos e pequenos núcleos suburbanos.

Thunder vivia em Los Angeles. Tinha construído a sua própria vida onde o passado não tinha lugar. Obviamente, de vez em quando voltava para fazer uma visita à família, mas nunca tentou contactar a sua ex-mulher.

Até àquele dia.

Ainda com a expressão de estranheza, tocou à campainha. Tinha-lhe telefonado primeiro, dizendo-lhe que ia passar por ali para lhe fazer algumas perguntas sobre o caso de uma mulher desaparecida que estava a investigar.

Thunder era co-proprietário da SPEC, uma empresa de vários tipos de investigação e protecção pessoal. A conversa tinha sido algo incomodativa, para não dizer mais. Ela tinha ficado estupefacta por voltar a ter notícias dele.

Quando viu que era um homem que lhe abria a porta, a expressão de Thunder tornou-se ainda mais pesada. Perguntou-se quem diabo seria aquele. Carrie não era casada nem tinha um namorado a viver com ela. Thunder sabia-o porque lho tinha perguntado directamente durante o curto telefonema. Queria estar preparado, saber com o que poderia contar. Não gostava de surpresas. No entanto, estava ali um fulano à porta dela.

Tinha, sensivelmente, a mesma altura de Thunder, mas tinha o cabelo bastante mais claro, olhos azuis e era um pouco esquálido. Tirando a altura, não tinham qualquer outra semelhança. Thunder era índio, da Nação Apache Montanha Branca, e tinha os olhos quase tão escuros como o cabelo. O outro era tipicamente anglo-saxónico. Estava de fato, porém tinha a gravata um pouco solta o que lhe indicava que se tinha colocado mais à vontade no apartamento de Carrie.

Thunder tinha consciência de que não se devia importar com isso. Já não tinha nada a ver com Carrie. Ainda assim, teve vontade de dar um pontapé no rabo ao Sr. À Vontadex.

– Onde está a Carrie? – perguntou, sem se dar ao trabalho de se apresentar.

O Sr. À Vontadex também não lhe disse quem era. Mas não deu impressão de ter ficado à defesa, como se o seu território estivesse sob ameaça. Respondeu com gentileza.

– Teve de ir ao supermercado. Mas não demora.

Thunder não disse nada. Tinha chegado cedo demais. O outro homem não pareceu importar-se. A sua expressão descontraída irritou ainda mais Thunder.

– Deves ser o ex-marido – disse À Vontadex. – A Carrie falou-me de ti.

– Pois a mim não me falou de ti – Thunder fez um esforço para se controlar e não deixar transparecer a sua frustração.

– Conhecemo-nos há pouco tempo – comentou À Vontadex, imperturbável.

Antes que o pudesse convidar a entrar, ouviram-se passos no caminho. Thunder voltou-se, apercebendo-se de que era Carrie que estava a chegar. A rapariga que entrara em pânico quando soube que estava grávida. A mesma rapariga que chorara quando perdeu o bebé. Perguntou-se se ela também não tinha falado disso ao À Vontadex.

Carrie ficou parada a olhar para Thunder com os dois sacos de plástico na mão. Trazia um vestido de Verão em tons matizados e umas sandálias brancas. O seu cabelo castanho longo e solto luzia tão sedosamente como se lembrava, mas com uns reflexos avermelhados que antes não tinha. Tinha a pele de um dourado quente. Carrie bronzeava-se facilmente, pois corriam-lhe vestígios de sangue cherokee nas veias. Tinha sido a primeira coisa que ela lhe dissera quando se conheceram.

Reparou que o seu rosto tinha amadurecido. Tal como o seu corpo. As suas pernas de adolescente tinham desaparecido e apresentava mais curvas.

– Estás diferente – disse ela.

– Tu também – respondeu ele. Transformara-se no tipo de mulher que ele gostaria de seduzir num bar para depois passar a noite com ela. Em adolescente, tinha sido bonita. Em adulta, era mais sensual. Tinha os lábios brilhantes e húmidos graças ao brilho do batom cor de canela, produzindo um efeito que o atingiu directamente no estômago.

Deu uns passos em frente, com o objectivo de lhe tirar os sacos das mãos. Depois percebeu o que estava a fazer. Aquela não era a sua casa. Nem ela era a sua mulher. Parou e olhou para o À Vontadex. O fulano pareceu ter percebido a indirecta.

– Ah, sim. Eu trato disso – disse. Agarrou nos sacos. Carrie pestanejou, olhando para o homem com quem andava a sair.

– Obrigada – disse. – Imagino que já se tenham apresentado.

– Oficialmente, não – negou o homem.

– Kevin Rivers – apresentou ela. – Thunder Trueno.

À Vontadex, isto é, Kevin, segurou nos sacos com uma só mão para o cumprimentar devidamente, com um aperto de mão.

– Thunder Thunder? – perguntou.

Pelos vistos, o loiro Kevin, de olhos azuis, sabia que a palavra «trueno» equivalia à palavra inglesa Thunder.

– O meu verdadeiro nome é Mark. Mas ninguém me trata assim – explicou. Nem sequer os seus pais, que lhe deram o nome, o faziam.

– Estou a ver – disse Kevin. – Bom, também não serei eu que te vou tratar por Mark.

Thunder analisou o seu estilo despreocupado, perguntando-se qual seria a sua ideia. Talvez quisesse deixar claro que a sua relação com Carrie era segura, não encarando o ex-marido dela como uma ameaça.

Thunder resmungou para dentro. Queria ser uma ameaça, queria voltar a ter Carrie na sua cama, independentemente de terem passado vinte anos.

– Deveríamos entrar – sugeriu ela.

Carrie foi à frente, com Kevin a seguir-lhe os passos. Thunder entrou em último, irritado pela atracção que sentia por ela e, ao mesmo tempo, curioso para ver onde e como vivia.

O apartamento duplex tinha uma alcatifa cor de carne, móveis de vime e reproduções de aguarelas com motivos marítimos nas paredes. Tinha também uma lareira a gás, ladeada por tijolos brancos.

Kevin foi à cozinha e pousou os sacos das compras no balcão. Depois voltou à sala e deu um beijo a Carrie na face.

– Tenho de ir – disse-lhe. – Depois vais ter comigo ao meu quarto no motel?

Ela assentiu e a inveja de Thunder disparou. Teve novamente vontade de lhe dar um pontapé no rabo.

– Prazer em conhecer-te – disse o homem, olhando para ele.

Fez um gesto com o queixo em jeito de resposta, e não se atreveu a dizer o que quer que fosse. Era óbvio que o À Vontadex Kevin tinha apanhado o seu ponto fraco.

Carrie acompanhou Kevin à porta. Não demoraram muito. Ele foi-se embora depois de um simples adeus.

Thunder olhou para a sua ex-mulher e um silêncio instalou-se entre eles. Ela brincou com o cabelo, alisando as pontas.

– Pára de olhar para mim assim – disse ela.

– Assim, como?

– Como se ainda fosse casada contigo.

– Devias ter-me dito que o Kevin ia estar cá.

– Eu não te devo nenhuma explicação, Thunder.

– Pode até ser que não. Mas eu perguntei-te ao telefone se estavas com alguém. Podias ter sido mais honesta.

– Não é nada sério.

– A sério? – desejava aproximar-se dela tanto quanto possível. – Então, que história é essa do motel?

– Tenho de ir trabalhar depois. Agora estou a gerir o motel dos meus pais – foi para a cozinha para arrumar as compras. Ele, sem querer deixar cair o tema, foi atrás dela.

– Isso não explica por que é que o Kevin tem lá um quarto.

Ela abriu o frigorífico e guardou um saco com maçãs. Seguiu-se um frasco de maionese e uma embalagem de congelados.

– É lá que ele fica quando está na cidade. É delegado de propaganda médica.

– Andas a sair com um vendedor de drogas? – Thunder arqueou as sobrancelhas.

– Engraçadinho – ela terminou de guardar as compras e tirou uma embalagem com um rótulo vermelho de um armário. – Queres café?

Ele assentiu, um pouco frustrado, e apoiou-se no balcão.

– Por que te pediu que passasses depois pelo seu quarto?

– Vamos jantar os dois – lançou-lhe um olhar exasperado. – É a minha hora de descanso.

– Vais para a cama com ele? – não era capaz de evitar o interrogatório como se ela fosse uma esposa infiel.

– Não tens nada a ver com isso. De qualquer forma, a resposta é não – foi até ao lava-louças e encheu a cafeteira com água. – Ainda estamos na fase de nos conhecermos.

– E ele aceita as tuas negas? Palhacito.

– Não mudaste nada – ela soltou um suspiro.

– O que é suposto quereres dizer com isso?

– Quero dizer que, felizmente, há homens que conseguem ser amigos de uma mulher – olhou-o nos olhos. – É uma ideia que tu nunca conseguiste atingir.

– Tu e eu éramos amigos – franziu a testa.

– Nunca o fomos. Entre nós só havia sexo.

– Havia mais do que isso – aquelas palavras tinham-no ferido profundamente. Olhou para ela enquanto deitava o café no filtro. – Houve o bebé.

– Só fiquei grávida porque fomos para a cama – disse ela. A mão tremeu-lhe. – Não porque éramos amigos.

– Está bem. Como quiseres – ignorou o vazio que sentia no peito, a dor que sempre despontava quando lhe vinha à memória a perda do filho. Sabia que o aborto também tinha deixado um vazio no coração dela. Via uma familiar tristeza nos seus olhos. No início, ficaram aterrorizados com a ideia de irem ser pais, mas em poucas semanas habituaram-se romanticamente à ideia. – Eu não vim cá para remexer no passado.

Carrie pensou que, efectivamente, ele entrara em contacto com ela para lhe fazer algumas perguntas sobre o caso que andava a investigar. Não ficara surpreendida ele trabalhasse em investigação e segurança. Ela sempre fora muito caseira e complacente. Mas ele sonhava com coisas maiores e melhores, como salvar o mundo e fazer a diferença. Depois do divórcio, alistou-se no exército e entrou para o departamento de informação e segurança. Ouvira também dizer que, quando saiu do exército, fora mercenário em missões de alto risco. Toda a gente lhe contava histórias de Thunder. Era normal isso acontecer nas vilas mais pequenas, onde toda a gente se conhece e sabe a história de cada um. Ela também tivera sempre curiosidade em saber coisas sobre ele. Não fora um homem fácil de esquecer.

Serviu o café e tentou não pensar na sua juventude, quando ele colocava as mãos sobre o seu ventre e lhe perguntava que nome haveriam de dar ao bebé.

Escolheram Tracy, se fosse rapariga, e Trevor, se fosse rapaz.

Carrie estendeu-lhe o café. Ele pegou na chávena, nunca afastando o seu olhar profundo e escuro de cima dela. Estava maior, mais largo, mais musculado. Tinha-se transformado no guerreiro que estava predestinado a ser.

Pensara em alistar-se no exército antes de ela ter ficado grávida, antes que o seu sentido de honra o levasse a casar com ela. Depois, assumira que ela se transformaria na típica esposa de um militar, esperando por ele numa base até que voltasse sabe-se lá de onde. Ela negara-se e ele reagira com a sua típica inquietação, à mercê de um casamento adolescente e cheio de problemas.

Mas, ainda assim, tinha desejado aquele bebé. Gostava da ideia de ser pai. Essa recordação magoava-o mais do que queria admitir. Era suposto já ter esquecido o assunto. Vinte anos era muito tempo. Se tivesse nascido, o seu filho seria agora um jovem adulto.

– O que é isso? – perguntou ele.

Ela pestanejou e apercebeu-se de que estava a deitar leite em pó, com sabor a baunilha, na chávena dele. Mostrou-lhe a embalagem.

– Queres?

– Não – inclinou a cabeça. – Foste sempre muito gulosa.

– Sim, mas agora acumula-se tudo nas ancas.

– Para mim, estás com muito bom aspecto – disse ele, após olhá-la lentamente de alto a baixo.

Ela sentiu um certo rubor, mas esforçou-se por aparentar indiferença.

– Não estava à pesca de um elogio.

– Se estivesses, eu também não morderia o isco.

– Ainda bem – bateu, sem querer, com a colher na chávena. Ele continuava a observá-la, como o predador que sempre tinha sido. Já em adolescente, tinha uma forma de olhar para ela muito directa, o que a fazia sentir-se muito sexual. Aquela táctica funcionava muito bem a favor dele, principalmente na noite em que lhe entregou a sua virgindade. A primeira experiência sexual fora um pouco dolorosa para Carrie, mas depois ele abraçou-a por um longo período e prometeu-lhe que iria ser sempre melhor de cada vez que o fizessem.

E assim foi. De cada vez que ele lhe tocava, ela apaixonava-se cada vez mais. Fora uma tola. Porém, no final, fora ela a pedir o divórcio. Acabar com o casamento tinha sido a sua escolha, a sua dor e a sua salvação. Depois de perder o bebé, tudo se tinha desmoronado, incluindo as suas emoções, e ganhou o medo, que actualmente sentia, de viver com um homem que tinha uma ambição do tamanho do mundo.

Carrie respirou fundo e Thunder passou a mão pelo cabelo. Usava-o mais curto do que quando era mais novo. Mas não estava rapado, como ela tinha imaginado. Não era um corte militar.

– Estás pronta? – perguntou ele.

Ela assentiu. Sabia que ele se estava a referir à entrevista. Disse-lhe, quando lhe ligou, que queria fazer umas perguntas sobre Julia Alcott, uma mulher que costumava trabalhar no motel da família.

Sentaram-se à mesa da cozinha, com o sol da tarde a entrar pela janela.

– Quando foi a última vez que viste a Julia?

– Há uns dez anos. Foi quando ela deixou de trabalhar para os meus pais.

– Tinham uma relação próxima?

– Almoçámos juntas algumas vezes. Não éramos íntimas, mas eu gostava dela. Era fácil falar com ela e, para a idade, era uma mulher bastante madura. Era mais nova do que eu. Naquela altura, tinha dezoito anos.

– E tu tinhas vinte e oito – concretizou ele.

– Sim – Carrie levantou a chávena de café e bebeu um gole. Ele sabia, exactamente, qual era a sua idade. Na verdade, tinham ambos a mesma idade. – Estás a investigar o rapto? – lera no jornal que Julia tinha sido raptada e seguiu as notícias na televisão, preocupada com ela. – Ouvi dizer que estava a salvo. Que alguém a encontrou dois dias depois de ter sido comunicado o seu desaparecimento.

– Agora estou a investigar o seu paradeiro.

– Agora? Mas foi há seis meses. Voltaram a raptá-la?

– Não, mas ela e a mãe, Miriam, fugiram da cidade depois do resgate. Miriam é uma jogadora compulsiva. As pessoas que tinham emprestado dinheiro a Miriam, e a quem ela devia dinheiro, usaram a Júlia como refém para obrigá-la a pagar as dívidas. Mas Miriam não disse à polícia que sabia quem tinham sido os autores do rapto. Em vez disso, resolveu fugir com a filha, a meio da noite, uns dias depois de Dylan ter encontado a Julia numa caravana abandonada, perto do seu rancho. Dylan foi a tal pessoa que a encontrou.

– O Dylan está envolvido no caso? – perguntou ela. O irmão mais novo de Thunder fora uma criança rebelde e andava sempre metido em sarilhos.

– Ele não é um investigador oficial. Simplesmente encontrou-a na caravana. Anda a investigar isto há meses. Recebeu uma denúncia de que os raptores tinham contratado um assassino profissional com a missão de descobrir o paradeiro delas.

Carrie tentou imaginar como estaria Dylan agora. Da última vez que o vira, ele tinha nove anos, era um miúdo magricela que fazia loucuras montado no seu cavalo e começara a praticar boxe infantil como um escape para o seu excesso de energia.

– A polícia apanhou os raptores?

– O FBI está envolvido, mas não há provas suficientes para prender os raptores e muito menos para os levar a tribunal. Além disso, a identidade do assassino a soldo é totalmente desconhecida. Estamos a tentar descobrir o paradeiro da Julia e da mãe, antes que ele as cale para sempre – Thunder expirou com força. – As autoridades precisam do testemunho delas.

Carrie endireitou-se na cadeira. Comparada com a vida de Julia, que era um caos, a sua era simples e sem grande história.

– Achas que a Julia e a mãe sabem que anda um assassino atrás delas?